quarta-feira, setembro 21, 2005

A inutilidade das religiões

Tendo como única regra normativa a lei que protege-nos fisicamente dos outros e sabendo-nos seres humanos dotados de inteligência, consciência e liberdade, não há motivo algum para que as religiões sejam administradoras da moral ou da ética.
Não vou entrar aqui na discussão sobre a existência de Deus, pois, afinal, não nós importa se ele existe ou não, já que nos deu livre arbítrio (e por isso não pode atuar sobre a realidade). Vamos discutir a ética aqui como se Deus não existisse.

Ainda que sejamos livres para viver da maneira que nos aprouver, o ser humano é, inevitavelmente, um ser social e para viver em sociedade deve existir uma vontade comum.
Eu, aparando-me em Charles Darwin, creio que essa vontade que é comum a todos os seres humanos, é a vontade de evoluir. Darwin provou isso mostrando que todos os espécimes na face da terra evoluíram até o ponto onde estão.
Depois de passado o nosso tempo de evoluir fisicamente, dando suporte a um aumento da complexidade do cérebro e, logo depois, das cordas vocais, propiciando a comunicação, a consciência, que se formou com o nosso “saber-se ser”, continua por querer evoluir.

Tendo agora consciência de nossa própria consciência, estamos o tempo todo evoluindo mentalmente. E acredito que é essa a vontade comum que seduz o ser humano a viver em sociedade (além das obvias necessidades básicas de proteção e perpetuação da espécie). Estamos juntos hoje por que com o relacionamento com as outras pessoas é que a humanidade evolui. E como é de vontade geral essa evolução, temos que, por assim dizer, aturar as pessoas com todas as suas diferenças.

Portanto, já que somos seres pensantes, capazes de criar mecanismos específicos para ter uma vida social agradável, não precisamos de nenhum tipo de apoio divino ou espiritual, a não ser é claro, que as pessoas usem a adoração como um hobbie, pois afinal, são livres para isso. O fato é que nenhuma religião tem nenhum tipo de poder moral sobre a sociedade, menos ainda poder sobre a ética, que é construída pelos seus iguais.